sexta-feira, 22 de abril de 2011

Uma Outra Visão da Paixão de Cristo





Aproveitando a Páscoa resolvi escrever sobre a Ópera Rock, que virou disco e filme, Jesus Christ Superstar. Um espetáculo que marcou época e que trouxe uma nova roupagem aos musicais na década de 70,trazendo como enredo os últimos dias de Jesus Cristo, vista por outro ângulo ,recriminado pela igreja católica e pela sociedade conservadora ,gerando grandes polêmicas e glória para dois jovens compositores britânicos.

Criado pelos Jovens Andrew Lloyd Webber (Evita, Cats, Fantasma da Ópera) e o letrista Tim Rice(Evita e Rei Leão),como musical estreou sem muito sucesso no ano de 1970, mas só conseguiu êxito quando dividiu as músicas do espetáculo em dois discos, que conseguiram ficar em primeiro Lugar nas paradas da Billboard, com músicas na mesma linha de Tommy, The Who” e do Hair .Bebendo nas fontes do Rock progressivo, e seu psicodelismo feitos naquela década, com orquestrações incríveis, com coros excepcionais e grandes solistas fazendo os papeis principais todos com vozes populares sem ter aquela técnica dos cantores da Broadway convencionais. Tendo como personagens centrais : Jesus Cristo, Judas Iscariotes e Maria Magdalena. Em 1973 foi lançado o filme que consolidou a carreira dos promissores Webber & Rice, após o sucesso do filme eles ainda fariam outro musical de grande sucesso.

Filmado em Israel, com jovens atores, a história é adaptada para como se Jesus Cristo estivesse vivendo nos anos 70 com todo aquele figurino hippie, caça níqueis, , dólares, ônibus, aviões, tanques de guerra e metralhadoras. O filme aborda a visão de Judas, (Carl Anderson) de toda essa história, mostra o apóstolo não como um invejoso, mas como alguém inteligente o braço direito de Jesus e que indaga Jesus por conta dos seus ideais que segundo ele está entrando em contradição com o que ele já havia dito. Ele vê os outros apóstolos como bajuladores e aproveitadores da situação, e é recriminado algumas vezes por ir de contra ao resto do grupo. As polêmicas continuam Judas no filme é negro, o que para época causou um grande escândalo, Webber garante que a escolha foi apenas por que o ator Carl tinha uma voz sensacional, o que é verdade, mas seria muita coincidência que os três primeiros Judas fossem negros. Além de criticar, acontece tudo como o convencional e no fim brilhantemente, ele conclui que ele era o grande vilão, que para ter um herói tinha que existir esse antagonista, ou seja, ele foi o “bode expiatório”.

Maria Magdalena (Yvonne Elliman) também causou muito discursão, descendente de havaianos, normalmente tida como prostituta arrependida, na trama insinua que ela tem um affair com o Nazareno,algo nunca abordado antes, e isso irrita muito Judas que o dinheiro suado com o unguento parra massagear Cristo poderá alimentar os pobres e que a qualquer momento pode ser questionado por seus inimigos. Pilatos (Barry Denen) e Herodes (Joshua Moster) são mostrados com pessoas indecisas sexualmente, com figurinos cheios de “purpurina”, “glamour” e pessoas muito excêntricas e muito indecisos. O momento épico do filme é quando Jesus (Ted Neeley) vai ao jardim de Gethsemane e indaga Deus, buscando saber o por que q ele tem que morrer na cruz daquela forma cruel, a musica mais incrível do musical um solo cheio de divisões rítmicas diferentes agudos incríveis e drives carregados de fúria, é de arrepiar. O fim é muito engraçado após a crucificação mostra como se eles após a morte estivessem num grande espetáculo e como Jesus era um grande Superstar encabeçado por Judas numa música fabulosa.

Esse musical é fantástico e desde que estreou não sai de cartaz na Broadway e já foi remontado em mais de 95 países,.Uma curiosidade quem fez parte da primeira montagem no Brasil foi o ator global Antônio Fagundes. O filme teve um re-make em 2000 com uma pegada mais Grunge e moderna, mas não se compara ao antigo. É uma obra-prima que um dia eu espero representar (sou audacioso) nem que seja no meio da rua, por que realmente é incrível. Abraço a todos.
Rodrigo Cardoso

2 comentários:

  1. INCRÍVEL MESMO ESSE MUSICAL
    NUNCA ASSISTI COMPLETAMENTE
    MAS SEI QUE É REALMENTE INCRÍVEL

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  2. Conheci esse musical quando tinha uns 10 anos de idade, e a DirecTV exibiu o remake. Claro que de início eu não captei a crítica e as alfinetadas à tradição católica, mas as músicas me cativaram. Mais tarde, pude entender todo o conjunto... É fenomenal. Os cantores de ambas as versões, a história... Particularmente adoro Hosanna e a música que Madalena canta pra Jesus quando lava os pés dele. Muuuuito lindo.

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